sábado, 14 de setembro de 2013

PEER, VAI-TE CATAR …



O pensamento vindo do SPD alemão já foi fator e matéria de transformação do debate político e das soluções de governação social-democrata. A agonia desse pensamento é trágica, sobretudo após a reunificação alemã e no contexto atual de subalternidade inequívoca face ao primado da aliança Merkel – Liberais.
Em plena campanha eleitoral para umas eleições alemãs de que talvez estejamos a esperar resultados desproporcionados para o futuro europeu, seria de antecipar que o pensamento do SPD surgisse com repercussão mais audível e consistente. Mas o SPD padece dos males de liderança que toda a esquerda socialista hoje atravessa. Peer Steinbrϋck é um líder vazio, não se lhe percebe uma ideia e dos debates que travou recentemente com Merkel fica sobretudo uma atitude crítica face ao consulado de Merkel (de postura e não de ideias). E, pelo que se vai sabendo, o gesto do dedo do meio espetado foi uma tentativa gorada de marcar uma postura de irreverência, por isso ainda uma questão de postura e não de ideias transformadoras. O gesto é a melhor evidência de que dali não resultarão avanços para a social-democracia.
Valha-nos que pelo menos António José Seguro não parece ser homem para enveredar também por atitudes de irreverência. O veneno fatal de Vasco Pulido Valente brindou-o hoje com mais um pedaço de fel assassino, avançando provocatoriamente que “no cérebro do sr. Seguro não existe o vestígio de uma ideia”. Mas Seguro tem resistido a querer ser o que não é. Convenhamos que o homem não tem estrutura de irreverência possível. Mas conviria começar a trabalhar algumas ideias de governação, ideias simples, consistentes, operativas. Pode não bastar a vertente do castigo à governação atual. Mas as autárquicas dirão se é suficiente capitalizar o descontento ou se não haverá forças políticas mais adestradas nessa competência.

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