Nas minhas andanças por
Bruxelas, mais propriamente na DG Educação e Cultura dei com uma nota de
imprensa que terá feito a sua circulação normal e atraído a atenção de
especialistas, de políticos mais informados ou até de cidadãos que buscam na ação
da Comissão Europeia algum alento.
A nota de imprensa versa
sobre os resultados de um estudo recentemente publicado pela Comissão, “Mind the gap – Education Inequality acrossEuropean Regions”, de autoria da rede de peritos (universitários e
investigadores), NESSE, que assessora nestes domínios a DG atrás referida.
Numa nota de imprensa, os
mapas geram imagens assassinas e tendem a multiplicar impressões e são
facilmente mediatizados com grande repercussão em utilizadores preferenciais
dessa informação, tais como investidores interessados em quadros gerais de países.
O mapa que abre este post é simplesmente assassino para as
economias do sul e apetece esfregá-lo na cara do ministro Crato para o
convencer de que a batalha da educação e das qualificações está longe de estar
ganha, sobretudo no plano qualitativo.
O indicador mapificado é
muito simples: mede a percentagem de população com mais de 15 anos que só dispõe
de educação pré-primária, primária ou secundário inferior, correspondente aos níveis
0 a 2 da classificação ISCED. Nas 10 piores regiões europeias, estão “apenas” 5
regiões portuguesas (Alentejo, Centro, Norte, Algarve e Lisboa), com o Alentejo
à cabeça (78,4%) e Lisboa com 64,5%. Só para comparação, o melhor resultado é o
da região de Praga com 10,4%. Aterrador, simplesmente aterrador e com implicações
sérias em quem pretende olhar do exterior para Portugal como eventual país de
destino de investimento. Alguém será capaz de discutir estas questões, neste
plano, com a Troika? Crato não será certamente e um verdadeiro ministro da
educação não pensa assim …
O inverso da questão pode ser identicado no mapa seguinte (educação superior):
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