sexta-feira, 20 de setembro de 2013

NA CARA DO MINISTRO …



Nas minhas andanças por Bruxelas, mais propriamente na DG Educação e Cultura dei com uma nota de imprensa que terá feito a sua circulação normal e atraído a atenção de especialistas, de políticos mais informados ou até de cidadãos que buscam na ação da Comissão Europeia algum alento.
A nota de imprensa versa sobre os resultados de um estudo recentemente publicado pela Comissão, “Mind the gap – Education Inequality acrossEuropean Regions”, de autoria da rede de peritos (universitários e investigadores), NESSE, que assessora nestes domínios a DG atrás referida.
Numa nota de imprensa, os mapas geram imagens assassinas e tendem a multiplicar impressões e são facilmente mediatizados com grande repercussão em utilizadores preferenciais dessa informação, tais como investidores interessados em quadros gerais de países.
O mapa que abre este post é simplesmente assassino para as economias do sul e apetece esfregá-lo na cara do ministro Crato para o convencer de que a batalha da educação e das qualificações está longe de estar ganha, sobretudo no plano qualitativo.
O indicador mapificado é muito simples: mede a percentagem de população com mais de 15 anos que só dispõe de educação pré-primária, primária ou secundário inferior, correspondente aos níveis 0 a 2 da classificação ISCED. Nas 10 piores regiões europeias, estão “apenas” 5 regiões portuguesas (Alentejo, Centro, Norte, Algarve e Lisboa), com o Alentejo à cabeça (78,4%) e Lisboa com 64,5%. Só para comparação, o melhor resultado é o da região de Praga com 10,4%. Aterrador, simplesmente aterrador e com implicações sérias em quem pretende olhar do exterior para Portugal como eventual país de destino de investimento. Alguém será capaz de discutir estas questões, neste plano, com a Troika? Crato não será certamente e um verdadeiro ministro da educação não pensa assim …
O inverso da questão pode ser identicado no mapa seguinte (educação superior):

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