terça-feira, 17 de setembro de 2013

TAPER OR NOT

(Será a esta senhora, Janet Yellen, que caberá gerir a questão do taper?)


Alguns dias de trabalho em Bruxelas, logo com pouco tempo para grandes aprofundamentos temáticos de blogue.
Mas mesmo assim sem deixar passar a emergência no debate da blogosfera económica de um tema novo, como sempre associado aos dilemas da economia americana. E uma terminologia nova apareceu com o taper or not, eis a questão. De que é que falamos? Nada mais nada menos do que o debate em torno da questão de saber se o Banco da Reserva Federal americano (o FED) deve ou não abrandar a sua intervenção na economia americana através do já aqui repetidas vezes falado quantitative easing. Curiosamente, o debate mistura-se com a questão da sucessão de Ben Bernanke, agora com o novo elemento (e não pouco importante) abandono voluntário por parte de Lawrence Summers, depois de uma vigorosa troca de argumentos entre os defensores do desistente Summers e da vice-presidente Janet Yellen e da grande animosidade que Summers terá suscitado entre as hostes democratas.
A questão de saber se o FED deve, apesar das reações eventuais dos mercados, abrandar o seu programa de política monetária tem sido discutida sobretudo em torno da evolução da taxa de desemprego da economia americana, por alguns economistas considerada com evolução promissora e indiciadora de que a economia americana estará em recuperação sustentada. A este argumento contrapõem outros economistas a necessidade de interpretar o comportamento da taxa de desemprego em conjunção com o comportamento da relação entre o emprego e a população potencialmente ativa e com a evolução da relação entre produto real e produto máximo potencial da economia. Segundo estes argumentos, poderão regressar ao mercado de trabalho ativos que estão neste momento desencorajados de o fazer e se isso acontecer tal facto tenderá a pressionar a taxa de desemprego. Por outro lado, o desvio do produto face ao produto real é ainda muito elevado, o que sugere uma não utilização de recursos que a taxa de desemprego pode estar indevidamente a minimizar.

O debate é crucial pois um “taper” demasiado precoce pode conduzir a uma ainda mais lenta recuperação da economia americana com custos consideráveis, tanto mais que o estímulo da política monetária é o único que o bloqueio político dos republicanos tem permitido, pois estímulo fiscal nem vê-lo.

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