(Será a esta senhora, Janet Yellen, que caberá gerir a questão do taper?)
Alguns dias de trabalho em
Bruxelas, logo com pouco tempo para grandes aprofundamentos temáticos de
blogue.
Mas mesmo assim sem deixar
passar a emergência no debate da blogosfera económica de um tema novo, como
sempre associado aos dilemas da economia americana. E uma terminologia nova
apareceu com o taper or not, eis a
questão. De que é que falamos? Nada mais nada menos do que o debate em torno da
questão de saber se o Banco da Reserva Federal americano (o FED) deve ou não
abrandar a sua intervenção na economia americana através do já aqui repetidas
vezes falado quantitative easing. Curiosamente,
o debate mistura-se com a questão da sucessão de Ben Bernanke, agora com o novo
elemento (e não pouco importante) abandono voluntário por parte de Lawrence
Summers, depois de uma vigorosa troca de argumentos entre os defensores do
desistente Summers e da vice-presidente Janet Yellen e da grande animosidade que
Summers terá suscitado entre as hostes democratas.
A questão de saber se o FED
deve, apesar das reações eventuais dos mercados, abrandar o seu programa de política
monetária tem sido discutida sobretudo em torno da evolução da taxa de
desemprego da economia americana, por alguns economistas considerada com evolução
promissora e indiciadora de que a economia americana estará em recuperação
sustentada. A este argumento contrapõem outros economistas a necessidade de
interpretar o comportamento da taxa de desemprego em conjunção com o comportamento
da relação entre o emprego e a população potencialmente ativa e com a evolução
da relação entre produto real e produto máximo potencial da economia. Segundo
estes argumentos, poderão regressar ao mercado de trabalho ativos que estão
neste momento desencorajados de o fazer e se isso acontecer tal facto tenderá a
pressionar a taxa de desemprego. Por outro lado, o desvio do produto face ao
produto real é ainda muito elevado, o que sugere uma não utilização de recursos
que a taxa de desemprego pode estar indevidamente a minimizar.
O debate é crucial pois um “taper” demasiado precoce pode conduzir a
uma ainda mais lenta recuperação da economia americana com custos consideráveis,
tanto mais que o estímulo da política monetária é o único que o bloqueio político
dos republicanos tem permitido, pois estímulo fiscal nem vê-lo.
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