Que Aguiar Branco tem em Mário Crespo, Jornal das
Nove, alguém à perna e sem largar no que ao caso dos Estaleiros de Viana do
Castelo diz respeito, já ninguém duvida. O caso tem sido sucessivamente tratado
em entrevistas com os seus amigos de referência e até António Lobo Antunes foi
convidado à sua bicada, com a sua crónica dos meninos do governo.
Prosseguindo essa trajetória de denúncia jornalística
do que tudo indica ser mais uma “garotada” da maioria, Crespo deu hoje
acolhimento a uma entrevista serena, muito bem documentada e com elementos de
informação novos e pertinentes com o Presidente da Câmara de Viana do Castelo,
José Maria Costa (JMC). Confesso o meu conflito de interesses: tenho uma grande
admiração pelo estilo de fazer política do Presidente de Viana do Castelo,
tenho desenvolvido trabalho técnico para a Câmara de Viana do Castelo e uma
especial amizade pelo seu trabalho. Mas para além desse eventual conflito de
interesses, o que ressalta da entrevista é que o conhecimento de JMC os
Estaleiros e o que eles significam para o país e para a Região e sobre todo o
processo é seguramente mais profundo e consistente do que o do ministro.
A denúncia hoje fundamentada por JMC de que o
ministro (governo) nunca negociou junto da Comissão Europeia a questão da
reestruturação dos Estaleiros, inserindo aí a devolução das ajudas de Estado, é
bem ilustrativa da maneira de fazer política a partir da experiência de escritórios
de advogados. Essa evidência é sobretudo visível no contraponto com alguém como
JMC que já viveu os Estaleiros como quadro técnico e agora os vive na
perspetiva de líder local.
Entretanto, no mais puro estilo de contrainformação,
a Martinfer parece emergir como a grande salvadora da pátria. Certamente já terá
passado pela cabeça liberalizante de Aguiar Branco privatizar o governo e
subconcessioná-lo à Martinfer. Os resultados da governação melhorariam por
certo, pelo menos nos rodapés dos principais noticiosos televisivos.
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