segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

CUIDADO COM AS CALENDAS GREGAS!

(Patrick Chappatte, http://www.letemps.ch)

 (E. Benoy, http://www.tanea.gr)


A Troika regressa esta semana a Atenas para retomar as suas austeras negociações com o governo grego. Com efeito, e após tanto ter visto acontecer ao longo destes anos em que uma situação trágica e, no mínimo, vergonhosa se adensou, a Grécia depara-se agora com a indisfarçável exibição dos limites de suportabilidade de Antonis Samaras e da coligação no poder. 

A ação passou a desenvolver-se em dois tabuleiros complementares: o do charme com que o primeiro-ministro quis distinguir Angela em visita a Berlim, por um lado, e o da firmeza com que sugeriram aos troikistas um regresso a suas casas para poderem refletir melhor antes de voltarem à mesa negocial, por outro. 

Em condições normais, talvez o interlúdio tenha acalmado os ânimos e as coisas tendam a mais uma vez se comporem. Sendo que o sentido de evolução e os detalhes que se vierem a observar adquirem um especial interesse para Portugal, num momento em que a Grécia se tornou em definitivo a nossa verdadeira e única referência. 

Em qualquer caso, e como perguntava há dias Peter Spiegel a abrir um seu artigo no “Financial Times”, “o que acontece se um país sujeito a resgate decidir finalmente dizer apenas Não?”. E era o próprio que assim respondia no termo da sua análise: “Há alguns no interior da troika que sempre pensaram que era inevitável uma saída da Grécia da Zona Euro. Exceto se Atenas e os seus credores oficiais encontrarem novas razões para compromisso, os seus piores receios podem tornar-se realidade.” É que tantas vezes vai o cântaro à fonte...

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