No passado fim de semana morreu Umberto Panini, o último sobrevivente dos quatro irmãos de Modena que em 1961 haviam partido de uma pequena empresa de distribuição de jornais para o desenvolvimento de um negócio assente na capitalização simultânea dos dois quase inofensivos vícios masculinos do colecionismo e do futebol e que foi precocemente consagrado como global aquando do Campeonato do Mundo de 1970 no México.
Um bom pretexto para evocar uma das minhas memórias mais antigas, bem anterior aliás aos cromos produzidos em papel autocolante que resultaram de uma das grandes inovações da Panini – o tempo em que a Agência Portuguesa de Revistas explorou a oportunidade de mercado de comercializar coleções de cromos de futebol que fora aberta pelas fábricas de rebuçados, caramelos e chocolates que embrulhavam alguns dos seus produtos em estampas temáticas coloridas. O tempo que ficou imortalizado para o miúdo que eu era como o tempo da cola de farinha, do jogo do “virinha” e de uma luta sem quartel pelo difícil “carimbado”. O tempo do Acúrsio, do Virgílio e do Hernâni, muito antes ainda do Mundial de 66 (caderneta abaixo), dos “bebés de Matosinhos” ou daquela incomparável defesa do União de Tomar constituída por Conhé, Kiki, Caló, Faustino e Barnabé...
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