domingo, 28 de fevereiro de 2016

A EUROPA DE DESASTRE EM DESASTRE



Martin Sandbu, no seu magnífico “Free Lunch” diário, procurava há dias chamar uma atenção otimista para o facto de a situação do sistema financeiro na Zona Euro estar atualmente ainda longe de manifestar alguns registos com a gravidade que foi observada em plena crise de 2008. E, para o comprovar, juntava dois indicadores: o primeiro evidenciando a dimensão incomparavelmente superior do recurso dos bancos europeus às linhas do BCE durante os últimos meses de 2008 quando comparados com este início de 2016; o segundo evidenciando margens dos bancos europeus que, embora em queda, estão a níveis não muito distantes dos anteriores à crise e isso para tomadas de risco bastante inferiores por estes dias. 

Dito isto, é todavia mais do que óbvio que o sublinhado destes factos não permite concluir para além do respetivo valor facial, isto é, não só que nada implica de contrário em relação à situação calamitosa de franjas importantes do sistema financeiro europeu como também que em nada obsta a que os (ir)responsáveis europeus inventem – como continuam alegremente a inventar – novas fontes de dificuldade e incerteza nesse quadro da agonia histórica que a primeira página do “Le Monde” tão convincentemente (“desintegração”, “morte clínica”!!!) elucida...

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