(Projeção de défices públicas, FMI)
(Várias entradas que convergem na ideia de que por mais piruetas
que a política monetária ensaie a sua ineficácia e a dos bancos centrais começa
a incomodar muita gente)
Via Simon Wren-Lewis, a tabela que abre este post apresenta
os défices públicos projetados (em percentagem do PIB) para os próximos tempos
nas principais economias avançadas, o chamado G7. O Reino Unido é um campeão
especial: é o único país que apresenta presentemente défices e que projeta transformá-los
em excedentes orçamentais. Como o próprio Wren-Lewis sublinha, a absurda fixação
nos excedentes orçamentais é ainda mais obtusa se pensarmos que o gabinete de
Cameron e Osborne projetam uma descida do investimento público de – 1,8%. Manias
que custam caro à estabilidade macroeconómica global.
A figura acima mostra o outro lado do problema e é Paul Krugman
o seu autor. O aumento da base monetária (alimentada pelas piruetas da política
monetária) não consegue fazer disparar a variação nominal do PIB. Ineficácia, incapacidade
de fazer a banca dançar a mesma dança, o que quiserem. Volta política fiscal
que estás perdoada.
(The Economist)
A perplexidade é tanta que falar da hipótese de “helicopter money” já não é tabu. Ou
seja, já se prevê ser possível evitar a intermediação do sistema bancário e
financeiro e estabelecer uma relação direta entre banca central e população,
reservando-lhe um cheque surpresa para animar as suas compras. O acima de
qualquer suspeita The Economist e o lúcidoMartin Wolf dão conta e vulgarizam essa possibilidade.
Entretanto, a OCDE avisa finalmente que a política fiscal
existe e tem de ser acionada, até porque os sucessivos downgradings de previsões de crescimento económico mostram que a
coisa está preta e que a crise da procura global continua a ser ignorada.
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