Ainda completamente aturdido pela assombrosa beleza do “drama sonoro” (designação validada pelos responsáveis, já que qualquer tentativa ortodoxa de classificação seria necessariamente redutora) a que acabei de assistir no Teatro Nacional S. João, uma coprodução do Festival Internacional de Edimburgo e do Festival Internacional de Teatro de Chekhov encenada por Vladimir Pankov, venho avisar toda a gente que esteja pelo Porto ou arredores que amanhã deve fazer todos os seus possíveis para não perder um daqueles espetáculos de uma vida. Deixando para os especialistas na matéria a análise rigorosa das múltiplas vertentes por que se desdobra esta “poderosa sinfonia visual” – que mistura linguagens artísticas no limite da perfeição e que apela inigualavelmente à plenitude dos sentidos da plateia –, satisfaço-me em me confessar esteticamente realizado pela qualidade do que me foi proporcionado: o trabalho cénico, a interpretação, a música, enfim tudo é magistral neste autêntico épico sobre a guerra criado a pretexto do centenário do conflito mundial de 1914/18. Vinte valores e distinção para “Guerra”, em suma.
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