(elaboração própria a partir de http://www.repubblica.it)
Referi-me de memória num dos meus últimos posts ao mau feitio que Renzi tem vindo a revelar no quadro europeu. Fiquei a pensar que devia objetivar a questão e para tal fui fazer uma rápida investigação aos últimos dois meses, a qual redundou na imagem acima. E, entre fait-divers e matérias verdadeiramente substantivas, não parece contestável a constatação que a coisa tem vindo a ficar manifestamente preta entre Roma e Bruxelas. Tudo começou com as denúncias sobre a lentidão de processos e decisões quanto à questão dos refugiados, mas estiveram depois em cima da mesa acusações de dualidade de critérios quanto ao relevante tema do trajeto dos pipelines de gás russo, vetos de gaveta em relação ao pacote de 3 mil milhões de euros de ajuda comunitária à Turquia (uma promessa de Merkel para aliviar o problema alemão e europeu com os migrantes) e combates ferozes em torno do orçamento italiano para 2016 e da sua desejada flexibilização. Sem esquecer uma outra disputa marcante – que deixei por ora de lado para dela falar autonomamente em momento próximo – que se produziu em torno da difícil situação que vive o sistema bancário italiano e do grau mais ou menos estrito de aplicação das regras europeias ao seu urgente enfrentamento.
Pelo meio disto tudo, assistimos especificamente a significativas provocações recíprocas entre Renzi e Juncker, a críticas abertas e definitivas à política económica europeia dos últimos sete anos e a uma escalada de afirmações fortes (de uma Itália que não se deixa telecomandar ao sonho de uma Itália à cabeça de uma Europa sem burocracia ou ao mais recente e implacável dos desafios: “nós salvamos vidas, vocês pensam nas contas”). Repito: o que quer que seja que de essencial possa estar a mover Renzi, abençoado seja! Embora o ótimo fosse que, citando uma acha esta semana lançada por Münchau, este estado revoltoso de espírito pudesse fazer parte integrante (e central) do tão ansiado e sempre adiado início de uma insurreição sulista em defesa dos seus interesses na Europa...
(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)
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