(Jean Galvão, http://www.folha.uol.com.br)
Como é manifestamente público e notório, pouco ou nada percebo de um assunto para que particularmente me chamaram a atenção as chocantes imagens televisivas de crianças atacadas de microcefalia e o incansável zelo do omnipresente Diretor-Geral da Saúde Francisco George. Mas que a matéria é séria aí está a prová-lo o facto de a OMS ter ontem declarado o vírus zika como um novo grande perigo e consequente emergência de saúde mundial, colocando-o no mesmo plano categorial do ébola. Sendo que, para um ignorante, tudo é profundamente incómodo quando se encara de frente a questão, do mosquito propriamente dito à incidência latino-americana (e brasileira, em especial) dos casos mais gravosos, da presença de sintomatologias já detetadas na Europa à já relativa antiguidade de um vírus inicialmente descoberto em 1947 num macaco habitando uma floresta tropical do Uganda.
Para descongestionar um bocadinho, ainda que continuando no mero reino dos leigos, retiro do mesmo “Le Monde” que hoje nos disponibilizava a interessante infografia acima sobre a mundialização do vírus uma outra informação que, não sendo em absoluto descansativa, é bem tradutora de uma indiscutível evolução positiva num outro domínio crucial da saúde; refiro-me à duvidosamente chamada doença dos tempos modernos, o cancro, e à clara melhoria dos indicadores de sobrevivência pós-diagnóstico dos seus quatro tipos mais frequentes (aqui tomando por base o universo francês) – uma fonte de renovada esperança a somar às garantias com que o nosso Manuel Alberto Sobrinho Simões já há muito nos vem procurando tranquilizar através das suas proclamadas certezas quanto à competência e eficácia da investigação direcionada e ao seu previsível impacto em termos de cura e correspondente longevidade da espécie humana...
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