quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A AGONIA DECADENTE DO PSOE




(A trajetória para a irrelevância do PSOE está muito para lá da oposição que ressalta do confronto entre as duas figuras da imagem acima, Pedro e Susana, tem raízes mais profundas e o lastro de mais de uma década)

Os “sempre em pé” são uns bonecos que sempre despertaram o meu interesse e atenção. Eles são a representação da resiliência e flexibilidade que os tempos de hoje nos exigem. É esta a imagem que me ocorre para simbolizar a resistência de Rajoy a todas as agruras por que tem passado o PP, desde as ondas de corrupção generalizada que varreram o partido ao longo interregno eleitoral que levou finalmente à formação de governo, culminando no ferra canelas que a oposição se prepara para projetar sobre alguma legislação anteriormente aprovada.

Rajoy tem resistido a tudo, tal como “sempre em pé” flexível e resiliente e, em meu entender, sobretudo porque intuiu que a evolução macroeconómica de Espanha ia ser-lhe favorável e porque compreendeu que existe uma maioria sociológica tradicional que ampara o PP, apesar dos desvarios da corrupção.

2016 fechou com menos 390.534 desempregados e os registos da Segurança Social espanhola confirmam que 540.644 novos empregos terão sido criados.

(El Mundo)
Entretanto, o PSOE continua mergulhado numa letargia suicidária. Não é ainda certo se a luta pelo poder irá ser protagonizada apenas pelo confronto entre Pedro Sánchez e Susana Diáz. Vá lá saber-se porquê, Susana Diáz é a candidata preferida entre o eleitorado PP, ao passo que Sánchez recolhe o apoio maioritário do eleitorado PSOE. Patxi López, o meu candidato, aguarda uma oportunidade, mas é bem provável que o confronto central, Pedro contra Susana, esvazie qualquer alternativa de compromisso.

O caminho para a irrelevância política, ou pelo menos para um interregno de grande amplitude temporal, continua, com a disputa interna ao rubro. Mas sem qualquer ideia que contribua para travar esse caminho.

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