(A trajetória
para a irrelevância do PSOE está muito para lá da oposição que ressalta do
confronto entre as duas figuras da imagem acima, Pedro e Susana, tem raízes mais profundas e o lastro de mais
de uma década)
Os “sempre em pé” são uns bonecos que sempre despertaram o meu interesse e
atenção. Eles são a representação da resiliência e flexibilidade que os tempos
de hoje nos exigem. É esta a imagem que me ocorre para simbolizar a resistência
de Rajoy a todas as agruras por que tem passado o PP, desde as ondas de
corrupção generalizada que varreram o partido ao longo interregno eleitoral que
levou finalmente à formação de governo, culminando no ferra canelas que a
oposição se prepara para projetar sobre alguma legislação anteriormente
aprovada.
Rajoy tem resistido a tudo, tal como “sempre em pé” flexível e resiliente
e, em meu entender, sobretudo porque intuiu que a evolução macroeconómica de
Espanha ia ser-lhe favorável e porque compreendeu que existe uma maioria
sociológica tradicional que ampara o PP, apesar dos desvarios da corrupção.
2016 fechou com menos 390.534 desempregados e os registos da Segurança
Social espanhola confirmam que 540.644 novos empregos terão sido criados.
(El Mundo)
Entretanto, o PSOE continua mergulhado numa letargia suicidária. Não é
ainda certo se a luta pelo poder irá ser protagonizada apenas pelo confronto
entre Pedro Sánchez e Susana Diáz. Vá lá saber-se porquê, Susana Diáz é a
candidata preferida entre o eleitorado PP, ao passo que Sánchez recolhe o apoio
maioritário do eleitorado PSOE. Patxi López, o meu candidato, aguarda uma
oportunidade, mas é bem provável que o confronto central, Pedro contra Susana,
esvazie qualquer alternativa de compromisso.
O caminho para a irrelevância política, ou pelo menos para um interregno de
grande amplitude temporal, continua, com a disputa interna ao rubro. Mas sem
qualquer ideia que contribua para travar esse caminho.
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