(José María Nieto, http://www.abc.es)
Quem frequenta sítios públicos onde seja possível ouvir as pessoas que circulam ou estão, seja a caminho de um qualquer emprego ou apenas para passar o tempo à espera de nada, testemunhará certamente quão fofas e inúteis são essas conversas entre convivas de ocasião. E não me refiro apenas ao irritante lado ligeiro e desinformado que as carateriza, muito também por razões de enfoque futebolístico e telenoveleiro que refletem marcantes debilidades educativas e culturais. Refiro-me, isso sim e predominantemente, à natureza profunda dos seres em questão, homens e mulheres portugueses no caso – uma natureza maléfica e invejosa, no essencial. Como aquelas velhotas coscuvilheiras que há dias entretinham a sua tarde à mesa de um café de uma cidadezinha aqui a Norte falando de tudo e de nada e criticando uns e outros, sempre com Deus Nosso Senhor (DNS) a vir-lhes à boca, a certa altura um DNS que não o quer lá (numa referência absolutamente desumana e até pornográfica à resistência de Mário Soares perante o risco de vida que há semanas vem enfrentando). Esta é a marca da maioria dessas gentes com que nos vamos deparando, gentes sem nada que minimamente as recomende nesta sua passagem, gentes que confundem lituanos com alguma espécie esquisita de planta ou o quirguiz suspeito do atentado de Istambul com apenas mais um energúmeno oriundo de um desses países terríficos acabados em “istão” ou algo afim. Confesso que cada vez tendo a entender melhor aqueles que – em podendo, claro – escolheram levar uma vida à margem ou à sua maneira...
Sem comentários:
Enviar um comentário