(As atrocidades
trumpianas são demasiado gravosas para a democracia para ficarem neste blogue
esquecidas. Entretanto, o presidente eleito bate o recorde do estado de graça
mais curto da democracia americana, esperando nós que isso tenha consequências)
O gráfico que abre este curto post
mostra que o estado de graça de Trump junto da opinião pública americana durou
praticamente oito dias, o que é totalmente inédito na democracia americana. Mas
nos tempos que correm os termómetros para medir as consequências políticas deste
tipo de insatisfação parecem avariados. Permanecerá a sociedade americana em permanente
alerta a ponto de influenciar Congresso e Senado e dar luta às ordens
executivas que vêm por aí, assinadas para a televisão ver? Uma grande incógnita.
Entretanto, a tal elite derrotada nas urnas escreve duro, muito duro.
David Cole, na New York Review of Books, não hesita em afirmar que Trump está a violar a sagrada constituição
americana. Um excerto:
“É pressuposto
que o presidente dos Estados Unidos sirva o povo americano, não a ele próprio e
certamente que não os interesses de estados estrangeiros. O Presidente Trump escolheu
seguir esta via e esta responsabilidade. Está a tentar fazê-lo por ambas as maneiras,
servindo-se a ele próprio, a sua família e os seus longínquos interesses económicos
ao mesmo tempo que assume decisões de política interna e externa que terão inevitavelmente
efeitos diretos na sua riqueza pessoal. Esta via oculta o escândalo, a corrupção
e a ilegitimidade. Infelizmente, o nosso 45º presidente escolheu deliberadamente
minar os interesses das pessoas que devia representar de modo a aprofundar os
interesses de uma pessoa com que se preocupa acima de tudo.”
Esta elite não tem papas na língua.
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