terça-feira, 31 de janeiro de 2017

OITO DIAS BASTARAM …




(As atrocidades trumpianas são demasiado gravosas para a democracia para ficarem neste blogue esquecidas. Entretanto, o presidente eleito bate o recorde do estado de graça mais curto da democracia americana, esperando nós que isso tenha consequências)

O gráfico que abre este curto post mostra que o estado de graça de Trump junto da opinião pública americana durou praticamente oito dias, o que é totalmente inédito na democracia americana. Mas nos tempos que correm os termómetros para medir as consequências políticas deste tipo de insatisfação parecem avariados. Permanecerá a sociedade americana em permanente alerta a ponto de influenciar Congresso e Senado e dar luta às ordens executivas que vêm por aí, assinadas para a televisão ver? Uma grande incógnita.

Entretanto, a tal elite derrotada nas urnas escreve duro, muito duro.

David Cole, na New York Review of Books, não hesita em afirmar que Trump está a violar a sagrada constituição americana. Um excerto:

É pressuposto que o presidente dos Estados Unidos sirva o povo americano, não a ele próprio e certamente que não os interesses de estados estrangeiros. O Presidente Trump escolheu seguir esta via e esta responsabilidade. Está a tentar fazê-lo por ambas as maneiras, servindo-se a ele próprio, a sua família e os seus longínquos interesses económicos ao mesmo tempo que assume decisões de política interna e externa que terão inevitavelmente efeitos diretos na sua riqueza pessoal. Esta via oculta o escândalo, a corrupção e a ilegitimidade. Infelizmente, o nosso 45º presidente escolheu deliberadamente minar os interesses das pessoas que devia representar de modo a aprofundar os interesses de uma pessoa com que se preocupa acima de tudo.”

Esta elite não tem papas na língua.

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