O gráfico acima é retirado de um paper produzido por dois investigadores do NIESR (National Institute of Economic and Social Research), Jonathan Portes e Giuseppe Forte, que tem o sugestivo título de “The Economic Impact of Brexit-Induced Reductions in Migration”. Gosto especialmente da ideia de se focarem nas quebras induzidas pelo Brexit.
Os cenários construídos partem do pressuposto de reduções migratórias no Reino Unido em proveniência de países da União Europeia com valores situados entre 91 mil (cenário-base) e 150 mil (cenário extremo de um hard Brexit sem discriminação positiva pró-europeia). A partir destes dados, e utilizando a evidência empírica existente na literatura especializada quanto ao impacto das migrações no crescimento e na produtividade das economias mais avançadas, os autores estimam então as quebras de crescimento do PIB e do PIB per capita no período 2016-2020 comparando as consequências daqueles cenários com o contra factual de a dita migração permanecer a níveis constantes relativamente aos atuais.
O resultado é bastante revelador e marcante: só em termos de cenário-base (evolução migratória expressa no gráfico abaixo), um decréscimo do PIB e do PIB per capita, respetivamente, entre 0,63% e 1,19% e entre 0,22% e 0,78%, valores estes que sobem para um intervalo de 0,92% a 3,38% se o cálculo for estendido até 2030 com permanência da migração àqueles níveis reduzidos. Ou seja: aqui fica a saliência de uma das favas do populismo antieuropeu que se tornou vigente nas Ilhas Britânicas desgraçadamente conduzidas pelo discurso palavroso e inconsistente de Boris e Farage e pela completa desorientação de que vai dando mostras a senhora Theresa May...
(Christian Adams, http://www.telegraph.co.uk)
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