(Ora aí está uma
causa pela qual gostaria de ver a Cidade do Porto movimentar-se e unir-se em
torno de uma ideia, a de transformar o cinema Batalha, agora sob a alçada da Câmara
Municipal, numa verdadeira Casa do Cinema, em que a dimensão de Cinemateca não pode ser esquecida …)
Não sei sinceramente se a aproximação das eleições locais tem a ver alguma
coisa com isto. Mas, nos últimos tempos, a Câmara Municipal do Porto parece ter
acordado culturalmente. Pela notícia do Público, o Batalha terá sido arrendado
por 25 anos. Boas notícias e estou a marimbar-me se as eleições apressaram as
decisões. Benditas eleições. Na minha perspetiva, a Cidade tem neste
arrendamento uma grande oportunidade para unir vontades, sensibilidades, egos,
protagonismos na transformação do Batalha numa Casa do Cinema de espectro largo,
assumindo a história do Cinema na Cidade. Do ambiente de cineclube à tertúlia,
passando pelo debate, pela disseminação de bom cinema independente (pelo que
ouvi o Trindade também está orientado para o cinema independente), pela formação,
pela utilização do Cinema enquanto fator de animação cultural urbana, há um mundo
para construir. E o diálogo com a Cinemateca nacional tem aqui também uma
excelente oportunidade para passar de votos pios à ação.
A Cidade precisa de batalhas e projetos para se afirmar. Mais do que com
programas e planos, a Cidade constrói-se na luta por ideias e projetos
concretos. Espero que Rui Moreira e a sua equipa mobilizem vontades. Como dizia
Jean Marie Straub o Porto é a cidade do preto e branco, enquanto Lisboa seria a
cidade do colorido. Até posso aceitar essa dicotomia, mas hoje está um dia
lindo e é o meu dia de folga no trabalho no âmbito da minha transição para uma
vida ativa menos pesada.
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