sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

VAI NO BATALHA




(Ora aí está uma causa pela qual gostaria de ver a Cidade do Porto movimentar-se e unir-se em torno de uma ideia, a de transformar o cinema Batalha, agora sob a alçada da Câmara Municipal, numa verdadeira Casa do Cinema, em que a dimensão de Cinemateca não pode ser esquecida …)

Não sei sinceramente se a aproximação das eleições locais tem a ver alguma coisa com isto. Mas, nos últimos tempos, a Câmara Municipal do Porto parece ter acordado culturalmente. Pela notícia do Público, o Batalha terá sido arrendado por 25 anos. Boas notícias e estou a marimbar-me se as eleições apressaram as decisões. Benditas eleições. Na minha perspetiva, a Cidade tem neste arrendamento uma grande oportunidade para unir vontades, sensibilidades, egos, protagonismos na transformação do Batalha numa Casa do Cinema de espectro largo, assumindo a história do Cinema na Cidade. Do ambiente de cineclube à tertúlia, passando pelo debate, pela disseminação de bom cinema independente (pelo que ouvi o Trindade também está orientado para o cinema independente), pela formação, pela utilização do Cinema enquanto fator de animação cultural urbana, há um mundo para construir. E o diálogo com a Cinemateca nacional tem aqui também uma excelente oportunidade para passar de votos pios à ação.

A Cidade precisa de batalhas e projetos para se afirmar. Mais do que com programas e planos, a Cidade constrói-se na luta por ideias e projetos concretos. Espero que Rui Moreira e a sua equipa mobilizem vontades. Como dizia Jean Marie Straub o Porto é a cidade do preto e branco, enquanto Lisboa seria a cidade do colorido. Até posso aceitar essa dicotomia, mas hoje está um dia lindo e é o meu dia de folga no trabalho no âmbito da minha transição para uma vida ativa menos pesada.

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