O Tribunal de Contas de Espanha divulgou ontem o número bombástico de 60,7 mil milhões de euros como constituindo, no momento presente, “o custo acumulado” do resgate ao setor financeiro durante o período 2009/15. Complementarmente, foi também dado a conhecer que o montante de ajudas públicas ascendeu a cerca de 53,6 mil milhões de euros, dos quais apenas cerca de 2,7 mil milhões (ou seja, pouco mais de 5%) foram já reembolsados pelas entidades bancárias em causa. De notar, ainda, que o Caixa Catalunha e o Bankia foram os “campeões” do processo, com um consumo de recursos estimado em torno de 12,7 e 12,3 mil milhões de euros, respetivamente.
Claro que não estamos perante matéria fechada e que, portanto, será possível vir a observar-se alguma percentagem de recuperação adicional, mas esta nunca passará de marginal face às astronómicas somas que se consideram definitivamente perdidas. E se nada disto contraria o facto de a reestruturação bancária espanhola ter sido taticamente inteligente, atempadamente concretizada e razoavelmente bem sucedida (até por comparação com o ocorrido no caso português), o certo é que os desmandos do capitalismo financeiro espanhol que estão subjacentes à imperiosidade dessa reestruturação provocaram estragos que não custaram verdadeiramente uma bagatela, quaisquer que sejam o nível e a perspetiva de análise e a metodologia que se eleja para a correspondente avaliação.
(Ricardo Martínez, http://www.elmundo.es)
(António Fraguas Forges, http://elpais.com)
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