sexta-feira, 15 de setembro de 2023

A REALIDADE EM CAPAS

 

Gosto, de vez em quando, de exercitar uma leitura do que nos circunda à luz das capas dos jornais, e nem sempre a partir dos títulos mais relevantes ou chamativos. Aqui vai a minha tentativa de hoje, uma entre múltiplas possíveis. Acima: (i) no dia seguinte à tragédia da subida dos juros pelo BCE e num quadro de culpabilização do consumo, a evidência de que os portugueses não desistem do recurso ao crédito ao consumo e de que os operadores profissionais do setor não baixam a guarda na procura de uma maior e mais facilitadora desregulamentação; (ii) também a evidência da enorme diferença de posicionamento que separa o atual do antigo Presidente da República, aquele sempre a fazer das suas (mesmo que com meia bola e força, como ocorreu na sua visita à Ucrânia) e este a manter-se fiel a si próprio (austero mas ridiculamente cheio de si); (iii) a evidência, por fim, de que o dossiê dos professores permanece explosivo, qualquer que seja o prisma por que o encaremos. Abaixo, o epifenómeno do futebol em acréscimo, com CR7 a tornar indisfarçável o seu lado de pesetero sem regra e a sua arrogância de menino estragado (ademais na semana em que se tornou patente em campo a sua inapelável passagem à história na Seleção Nacional) e com Rui Moreira e Rui Costa a virem a terreiro com declarações deslocadas e impróprias (pese embora a primeira constitua um tiro no pé para as suas hostes e a segunda represente apenas um grosseiro, e talvez prejudicial, wishful thinking).


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