Como prometido, avanço hoje para um aprofundamento do indicador de capacidades produtivas através das suas componentes. Tomo por amostra os cinco países de rendimento médio que na União Europeia ficaram malignamente designados por PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), o Estado membro de desenvolvimento mais atrasado da União (Bulgária) e dois de entre os candidatos à espera de adesão comunitária (Ucrânia e Albânia).
O gráfico acima é previsível, pesem embora as exceções de uma hierarquia atual bastante positiva para Portugal (em especial por surgir em posição ligeiramente acima da Espanha nos últimos anos, ao que acresce ainda uma recuperação da distância que o separa da Irlanda) e de uma fragilidade italiana superior ao que seria de admitir (na realidade, em posição aproximada à da Grécia).
O gráfico abaixo evidencia a decomposição do indicador pelas suas oito subcomponentes, o que permite uma melhor compreensão do resultado global e dos pontos fortes e fracos de cada uma das economias e sociedades ― sem ir demasiado longe na análise, julgo interessante registar que o caso português tem a estabilidade e a qualidade regulatória (instituições) e a liberdade de movimentos dos fatores produtivos (mudança estrutural) por elementos mais positivamente distintivos, surgindo como aspetos mais favoráveis face a Espanha os relativos a capital humano, recursos naturais (embora o indicador mais frágil em termos absolutos), a acessibilidade a sistemas tecnológicos de informação e comunicação e às instituições (contra uma situação inversa nas áreas da energia, transportes, facilitação de negócios e mudança estrutural).
Aqui fica, pois, uma de muitas possíveis explorações dos dados da UNCTAD para que pretendi chamar a atenção dos nossos leitores mais orientados para uma focagem em abordagens internacionalmente comparativas, do comércio externo às dinâmicas produtivas em presença.
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