quarta-feira, 20 de setembro de 2023

HÁ VIDA E MORTE PARA ALÉM DO PIB

 

Na linha de aqui sublinhar de vez em quando as limitações do PIB per capita enquanto indicador do nível de desenvolvimento comparativo dos países, apanhei num artigo de Sarah O’Connor no “Financial Times” (que também inspira o título deste post) o elucidativo gráfico acima. Ali se põe em evidência a deficiente correlação existente entre aquele indicador-base e um outro igualmente ilustrativo da qualidade de vida em presença, a esperança de vida à nascença. O caso-limite de disparidade é o dos EUA, cujo PIB per capita surge como um dos maiores entre as nações sob amostra mas cuja esperança de vida (aliás na decorrência de uma marcada quebra nos anos recentes) se mostra já bem distante da registada pela maioria das nações desenvolvidas e bem mais próxima da registada por grande parte dos países da Europa Central e Oriental e de alguns países latino-americanos. Um fenómeno curioso e que vai ao encontro da ideia de um declínio americano em crescente emergência e, nesse quadro, de alguns argumentos teóricos interessantes e originais sobre como o interpretar; um bom exemplo está no recente e apaixonante “End Times” de Peter Turchin (que estou a ler), do qual sobressai uma interrogação decisiva: can we predict the colapse of societies? Regressarei ao assunto.

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