Dois dias seguidos de pequenas derrotas para o lado cada vez mais aparolado perante o exterior das nossas autoridades presidenciais e governativas, as quais se mantêm preferencialmente empenhadas nos seus assuntos mais íntimos ou pessoais do que associáveis a preocupações competentes perante os reais interesses do País (enquanto um fala a rodos e faz as suas provocatórias maldadezinhas, o outro faz gestos por baixo da mesa enquanto cala no sítio certo e corre freneticamente o País a ilustrar a saga “fazedora” para que entende ter sido destinado).
Ontem foi o discurso do “Estado da União” por parte da presidente da Comissão Europeia, com Ursula a passar absolutamente ao lado da carta que Costa lhe dirigiu a pedir ajuda no tratamento da questão da habitação (a sua repentina prioridade destes últimos meses) e da convicção de Marcelo de que alguma atenção seria dada a mais esta pedinchice. Hoje foi a decisão do BCE de aumentar novamente a taxa diretora numa linha previsível em que as razões mais ou menos dogmáticas ligadas ao crescente domínio dos “falcões” prevalecem olimpicamente sobre os pífios argumentos e/ou as desconchavadas críticas dos nossos dois grandes responsáveis políticos (que fazem política interna para cidadão ouvir e não se dão suficientemente ao respeito, nem por sentido de Estado, o qual lhes deveria impor a afirmação de alguma força e de alguma gravitasquando se dirigem a Christine Lagarde, nem por demonstrarem possuir um conhecimento técnico do dossiê que lhes desse alguma credibilidade efetiva por esse lado).
E assim vão por cá correndo os dias depois do “incidente” do Conselho de Estado, com um a ir e vir do Chile e outro a deslocar-se em passeio de descontração ao Canadá enquanto Medina fecha as linhas-mestras de um Orçamento que será necessariamente revelador, Pizarro e João Costa empurram com a barriga as questões centrais da Saúde e da Educação, Marina aguarda instruções vinculativas para retoma do seu “pacote”, Mendes Godinho e Costa Silva tentam colar os “cacos” na AutoEuropa, Brilhante Dias toma conta das incursões da Oposição no Parlamento (entre a moção de censura do “Chega” e as propostas fiscais do PSD) e João Torres proclama em nome do Partido sempre que pode (habitualmente para apenas conseguir evidenciar quão fragilmente deplorável é o seu discurso e, através disso, quanto a maioria absoluta dispensa a qualidade). Tudo muito mau!
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