terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

STOP BIBI

(Fiona Katauskas, https://www.theguardian.com)

Já não há forma de esconder quanto inexiste qualquer margem para otimismo no mundo. Sendo múltiplas as razões de tal justificativas, o que vai sucedendo debaixo dos nossos olhos em Gaza (e, numa diferente escala, na Cisjordânia e no Líbano) ultrapassa inconcebivelmente todas as qualificações possíveis, oscilando de modo tremendo entre o desesperante e o abaixo de mínimos de humanidade. O primeiro-ministro israelita, Bibi de seu nickname, está em perfeita roda livre, suportado pelos setores mais fundamentalistas e extremistas do seu país e dominantemente preocupado com a salvaguarda da sua posição governativa. Só dos EUA, entre Biden e Blinken, ele se dispõe a aceitar algum criticismo e a conceder uma ou outra pequena liberalidade, embora o seu aparelho auditivo vá dando crescentes sinais de falha. O arraso da Faixa de Gaza prossegue a ritmo avassalador e o número de mortos aumenta quotidianamente (estimam-se hoje em 24 mil), sem falar dos inúmeros dramas pessoais e familiares que vão sendo conhecidos e a que nem a defesa do estatuto da criança escapa. Sendo que agora chegou o momento do bombardeio e destruição de Rafah, com os civis a serem sujeitos a ordem de evacuação (para onde?) e assim se prosseguir o proclamado objetivo final de um impossível extermínio do Hamas. Até quando irá todo este pesadelo durar? A resposta é de sentido altamente duvidoso, sendo únicas fontes de alguma esperança as difíceis movimentações das forças moderadas existentes na sociedade israelita e os lentamente frutíferos exercícios de pressão internacional (das Nações Unidas à União Europeia, nomeadamente) ― porque outras alternativas, em pensáveis e diversas combinatórias, resultariam sempre em desenlaces de acrescida tragédia e inimaginável barbárie.

(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)

(Jean Plantu, https://twitter.com)

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