De momento, ninguém conseguirá ainda interpretar ao certo as razões da aparente reviravolta de Feijóo em relação ao indulto a Puigdemont que Sánchez tem procurado favorecer do modo mais suave possível, para evitar maiores rombos nas sondagens junto dos eleitores moderados, mas em nome da única forma de garantir a sua sustentação no poder com a colaboração do voto parlamentar dos independentistas catalães. Há quem pense que foi um Feijóo estratega que fez uma aproximação a estes com vista a equacionar margens de manobra que permitam ao PP (re)ganhar alguma da iniciativa política que perdeu às mãos da inesperada jogada com que Sánchez ripostou à sua insuficiente vitória nas últimas eleições. Embora haja também quem considere que as movimentações de Feijóo revelam preferencialmente a desorientação que o atinge em face da pregação no deserto a que Sánchez o votou, ademais quando observa nervosamente as dificuldades que o seu delfim parece estar a ter para renovar a maioria absoluta do PP na Galiza e quando sente os seus adversários partidários internos a morderem-lhe, tranquila mas inapelavelmente, os calcanhares. Como quer que seja, sempre teremos de convir que Feijóo não escolheu o momento azado para ir em busca de uma qualquer solução (pensada ou impulsiva) para o imbróglio da amnistia, sobretudo quando aconteceu há dias o Parlamento Europeu ter votado largamente no sentido de instar a Espanha a investigar “alegadas ligações” entre a Rússia e Puigdemont e o seu partido independentista.
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