Nos dias que correm, cá dentro por razões medíocres e lá fora por questões inalcançáveis, o cidadão consciente (uma espécie cada vez mais rara!) só pode refugiar-se na sua própria concha de convicções adquiridas. Em Portugal, neste primeiro de fevereiro que se segue a um mês alucinante e que dá início a um caminho de grandes decisões, a lucidez impõe graus elevados de impotência e desesperança perante o que nos rodeia a praticamente todos os níveis da vida coletiva. Podemos inventariar alguns, recorrendo ilustrativamente ao fino recorte crítico do inspirador artista que diariamente encontramos nas páginas do “El País”, esse Andrés que assina sob o pseudónimo de El Roto: a infantilização como elemento compensatório do envelhecimento populacional, a propaganda interrompida pela publicidade, a complexidade do jogo aumentada pela entrada nele de figuras de incontáveis tipos, as mentiras de pernas curtas que viajam em bons carros, os camaleões que esperam pelos resultados para escolherem a cor, a oportunista esperta que se orienta acreditando nuns e noutros conforme a hora do dia. Diz-se que vem aí uma limpeza, mas temo seriamente pela fórmula do detergente e pela intrínseca qualidade do produto.
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024
LUCIDEZ OBLIGE...
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário