quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

UM TIPO DIFERENTE DE GRÁFICO SOBRE A EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

 

                                            (Financial Times)

(O trabalho aperta e por isso o post de hoje tem de ser mais curto e incisivo. Sabemos que a sensibilização para a emergência climática ainda não encontrou o seu registo mais certo. Para já não falar nos “maluquinhos negacionistas” que os há por todo o lado, há muito boa gente que não descrê mas que tende a diferir para as calendas a antecipação dos efeitos e os esforços de adaptação e ajustamento. O tema da comunicação desta matéria é complexo e excede o tempo que tenho hoje disponível para a escrita. Gostaria apenas de chamar a atenção para a tipologia de indicadores de que consta o gráfico de hoje. A informação subjacente ao gráfico acima reproduzido em termos de imagem identificadora do post vem na sequência do esforço das autoridades americanas em obter informação mais pormenorizada sobre os efeitos da emergência climática, designadamente em termos de custos de eventos extremos. Será uma outra forma possível para que a informação produza impacto nas consciências individuais, organizacionais e políticas.)

O gráfico capta a evolução do número de eventos extremos através dos registos de algumas seguradoras de alcance mundial e, por essa via, as autoridades americanas estão interessadas em seguir a evolução dos prémios de seguros que cobrem este tipo de acontecimentos. A relação entre a regulação do setor e o comportamento das seguradoras na fixação de prémios ameaça entrar em rotura possível, trazendo aos segurados um claríssimo impacto financeiro.

O ano de 2023 representou um significativo agravamento do número de eventos extremos e o gráfico regista para os 37 eventos considerados mais de um milhar de milhão de dólares de perdas associadas a esses eventos.

Uma das consequências relevantes deste agravamento é a de que o tempo das infraestruturas não terá acabado. Esqueçam essa antecipação. Uma larga parte dos eventos extremos exigirá não só o reforço de determinadas infraestruturas, mas também avultadas dotações de recursos para a sua recuperação após a sua concretização. Mais uma vez o investimento público será chamado a exercer o seu papel de resgate de situações difíceis.

Talvez por aqui aumente a sensibilidade para com o tema da emergência climática. Dos “maluquinhos negacionistas” nem vale a pena falar. Pode ser que sejam engolidos numa enxurrada qualquer.

 

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