Primeiro foram os agricultores franceses a virem para a rua em protesto. Em nome de uma causa genericamente substantiva mas que acabará na prática por ser conducente a resoluções mais distorcidas do que justas (veja-se o terço do orçamento comunitário que é capturado pela PAC e pelos seus beneficiários franceses ou a garantia do acossado Macron de que reclamará medidas europeias a favor dos agricultores e de que contrariará desde já o acordo de comércio livre com o Mercosul).
Depois vieram outros de outras geografias, com especial destaque para a marcha sobre Bruxelas que ontem aconteceu de forma impressionante na sua dimensão e violência. Com as autoridades europeias, e desde logo Ursula Von der Leyen, a prometerem decisões favoráveis, entre apoios, suspensões e derrogações. Deixando por referir, no entanto, que boa parte do problema e das reivindicações decorre das opções voluntaristas excessivas que foram vertidas num Green Deal rígido e globalmente muito desproporcionado.
Por fim apareceram os nossos, correndo atrás de um aproveitamento da onda tipo “Maria vai com as outras” mas certamente também detentores de acrescidos problemas próprios, como sejam os que decorrem de um relacionamento difícil com a atual ministra da Agricultura e de uma gestão incompreensível de vários dossiês por parte desta, evidenciados de modo bastante firme mas distintamente sereno pelo novo líder da CAP (o Embaixador Álvaro Mendonça e Moura); sendo ainda de notar que foi num ápice que aquela veio reconhecer uma “comunicação infeliz” e que o ministro das Finanças, seguramente instado pelo primeiro-ministro, fez aparecer o saco de dinheiro que há tanto faltava e até mais algum a ponto de perfazer quase 500 milhões.
Viva a França, viva a União Europeia e viva Portugal! E em assim sendo, muito em especial que ninguém leve a mal...
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