Dediquei a noite passada a ouvir atentamente o debate entre Pedro Nuno Santos (PNS) e Luís Montenegro (LM), queira-se ou não um momento determinante do processo eleitoral em curso (mais não seja pelos três milhões de telespectadores que se estimam na assistência). Como já tenho algum lastro de experiência nestas matérias, fruto de muitas campanhas que tenho testemunhado ao longo de décadas, posso aqui afirmar que poucas foram as vezes em que não tive hesitações sobre vencedor e vencido como ocorreu neste caso, com claro favorecimento para o secretário-geral do PS.
Mas não quis deixar de confrontar a minha impressão com as dos distintos analistas televisivos. O meu entendimento resultou quase imediatamente confirmado quando, terminado o debate, a primeira comentadora a avaliá-lo na SIC-N foi Maria João Avilez (MJA) e da boca dela saiu um empate a 6 ― ora, quando MJA se vê obrigada a conceder uma igualdade, mesmo que se tenha pelo meio esforçado o que podia em prol do presidente do PSD, não podiam restar quaisquer dúvidas quanto à dimensão da diferença com que PNS suplantou LM. Um segundo elemento de confirmação mais ou menos inequívoca logo proveio da audição das opiniões de Miguel Sousa Tavares, um personagem que tem tanto de inteligente e perspicaz quanto de arrogantemente apostado em se distinguir relativamente às opiniões maioritárias que o rodeiam e também de senhor de ódios de estimação nem sempre devidamente fundados (como parece ser aquele que consagra a PNS e o terá levado a virar-se também para um empate). Mas lá fui entretanto ouvindo mais uns tantos pela noite fora, sobretudo sintonizado entre aquele canal e a CNN Portugal (com breves incursões pela RTP3), e apenas um deles (o inefável cristão-novo Paulo Ferreira, agora no Observador) em dezoito que escutei melhor (ao todo, terei apanhado uns trinta) conseguiu optar por uma derrota de PNS (entre sete empates e dez vitórias).
Claro que, como escrevi no meu último post, tudo isto vale o que vale e até talvez nem valha muito. Especialmente porque há que considerar o incontornável jogo do(s) acaso(s), por definição dominado pela completa imprevisibilidade que lhe é própria; jogo cujo papel se torna central na nossa realidade de hoje, onde o prestígio da política se mostra extremamente diminuto junto de um volume significativo de cidadãos impreparados e desligados. Em todo o caso, e sem descer agora a detalhes dispensáveis sobre os desempenhos concretos, PNS sempre pode dirigir-se a LM como este se lhe dirigiu aquando das eleições madeirenses: PNS, 1 - LM, 0; e candeia que vai à frente...
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