quinta-feira, 11 de abril de 2024

À MARCELADA...

(cartoon de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

Tinha pensado em hoje trazer aqui matéria mais relevante do que a que este post aborda. Mas um impulso provocado pela irritação levou-me a optar por voltar a Marcelo e à sua cada vez mais descarada propensão para a dissimulação e/ ou inverdade, bref, para a invenção criativa em torno de alegadas verdades. Dirão alguns que o homem sempre foi assim, dos tempos do “Lar da Criança” aos da Faculdade de Direito, da época do criador de factos políticos no “Expresso” à daquele líder da Oposição que tão furtivamente foi embrulhando o amigo Guterres, do protagonista da vichyssoise que conseguiu enrolar Paulo Portas ao das sucessivas incoerências do comentário político televisivo. E, no entanto, mentir é pecado, mesmo que perdoável ou remível, porque “Jesus espera que aqueles que O seguem sejam pessoas que falam a verdade”...

 

O episódio mais recente foi o da secreta condecoração a Spínola. Algo que o “Público” descobriu e revelou e de que logo Marcelo veio agradecer o oportuno “alerta”. Ninguém vislumbrará as razões para que o Presidente tenha decidido aquela homenagem ao polémico General (ou Marechal) sem a correspondente divulgação pública – talvez uma avaliação, discutível saliente-se, de que tal lhe traria críticas e quebra da popularidade que é a sua principal razão de existir, logrando com o ato o dois em um de não perder em termos públicos e de alguns ganhos privados ou de posteridade. Mas, e mais uma vez, estou convencido de que o assunto não teria tração na sociedade, antes teria passado incólume perante a dominância do silêncio indiferente ou de exteriorizações desprendidas; só que a natureza profunda de Marcelo, entre um exacerbado autoconceito de si e do seu papel histórico e um recurso sem tréguas aos expedientes mais extravagantes para o impor, sempre prevalece sobre a realidade das coisas simples e cristalinas...

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