quinta-feira, 18 de abril de 2024

MAIS UNS MALUQUINHOS WOKE ANDAM POR AÍ …

 

(A sociedade americana, mas não apenas ela, é um alfobre infindável de bandos de wokistas vidrados em ações de cancelamento e elas existem para todos os gostos e feitios. À medida que o movimento se diversifica, há cada vez mais maluquinhos do cancelamento, estou convencido induzidos pelo estranho gozo que devem alimentar essas almas desencontradas consigo próprias por cancelar qualquer coisa que lhes dê na real gana. Já não me lembro da razão pela qual recebo regularmente uma newsletter dos meios artísticos chamada de Arnet News Briefing, que por vezes traz pontos de interesse e que não é comum encontrar na grande diversidade de jornais e revistas que consulto. Para meu espanto, a última edição recebida dessa newletter traz-me um novo grupo de wokistas, estes apostados em retirar a obra de Renoir dos principais museus americanos (ver imagem em frente ao Boston’s Museum of Fine Arts).  Intrigado por tanta maluquice, fui ler o artigo e ainda mais espantado fiquei. O movimento dos que querem erradicar a obra de Renoir dos museus americanos começa por ser um movimento estético ou de apreciação da qualidade artística e da técnica da pintura de Renoir. Terei lido bem? O artigo de Richard Widdington oferece pistas razoáveis para entender esta nova onda de maluquinhos do cancelamento. Quanto mais mergulho neste estranho tipo de evidências melhor compreendo o fascínio que uma certa sociedade americana tem por um personagem que por acaso, só por acaso, vai passar uns dias no tribunal a ser julgado.)

Diz o articulista que o cérebro alucinado deste movimento, um tal de Max Geller, está sobretudo apostado em desconstruir a qualidade artística da obra de Renoir no sentido de abrir caminho mais facilitado a artistas não-brancos. O que parece ser uma via algo enviesada para assegurar uma maior equidade no acesso a estar representado em museus da especialidade.

Estranhamente, os herdeiros de Renoir resolveram canhestramente entrar na dança, avançando com os valores estratosféricos com que algumas obras do autor são vendidas em mercado livre. Que se entendam!

Já tinha ouvido falar de acusações em torno de sexismo (os nus de Renoir) ou de anti-semitismo (algo que teve que ver com as posições do autor no célebre caso Dreyfus), mas de cancelamento estético é a primeira vez com que me confronto. O que, no entanto, parece coerente com o desvairamento que vai por aí em termos de cancelamentos.Uma das palavras de ordem do movimento (Deus odeia Renoir) expressa bem a loucura que anda por ali.

Começo a ficar impaciente com tanta estupidez, que até apetece cancelar. Uma força de expressão, claro.

 

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