Uma coisa foi a forma canhestra e servil com que o ministro das Finanças decidiu recrutar para o seu gabinete uma senhora suspeita de emitir faturas falsas para fins de obtenção de financiamentos europeus, senhora essa que ficara sem ocupação ao não ter sido reeleita nas últimas legislativas e que constitui uma excelente ilustração do modo como os aparelhos partidários há muito se servem da proximidade ao poder. Outra coisa foi a chocante evidência de como o jornal mais difundido em Portugal se mostrou orgulhoso pela produção de efeitos demissionários decorrente da sua manchete do dia anterior, algo que assim se nos apresenta como uma espécie 2.0 dos cartazes de cowboy wanted e correspondente promessa de reward dos tempos do velho faroeste. Tudo mau de mais para ser tolerável, sendo obviamente a senhora em causa (Patrícia Dantas de seu nome) o principal objeto do lapidar sem-vergonhismo em causa e certamente alguém que não tardaremos a encontrar no desempenho de um qualquer outro cargo público mais perto de si, dela quero dizer.
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