A demissão de Pedro Costa da presidência da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, de que hoje tomamos conhecimento, é bem reveladora de quanto raramente os filhos de profissionais e políticos bem-sucedidos (ou tidos por isso) evidenciam dotes de competência, abnegação e resiliência para o exercício de uma carreira que têm por adquirida e devidamente abençoada. A carta de demissão é paradigmática de um tipo de autojustificação (“sinto que cheguei ao meu limite face ao silêncio da Câmara Municipal”, assim se procurando ilustrar uma ideia vaga de “falta de condições pessoais e políticas”) que resulta, em última instância, numa desconsideração dos cidadãos eleitores e numa manifesta indolência para a preparação e concretização dos esforços necessários ao enfrentamento das adversidades que sempre marcam presença na dita e em quase todas as atividades. Mesmo que Carlos Moedas possa ser um presidente parcial, sectário, arrogante e altivo, alguém no seu perfeito juízo político se pode demitir por causa de um tipo de baixo porte e voz fininha que acaba de assinar um livro intitulado “Liderar com as Pessoas” para ilustrar a singularidade e excelência de uma liderança autárquica tida por jamais vista nos dias de vida deste retângulo à beira-mar plantado?
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