terça-feira, 30 de abril de 2024

EVIDÊNCIAS DE UM NOVO SALTO ECONÓMICO CHINÊS

Acima, vários gráficos e títulos provenientes de um excelente trabalho que encontrei nas páginas do “Le Monde”. Permitindo sublinhar quanto a China, a despeito das inúmeras contradições internas que conhece, volta a carregar no pedal com vista a um novo salto qualitativo da sua afirmação económica (uma aposta diretamente proveniente do inédito terceiro mandato de Xi Jinping e da sua assim conseguida perpetuação no poder), sempre com a componente industrial (cujo valor de produção é já estimado em 31% do total à escala global e surge, muito significativamente, cada vez mais intensiva em tecnologia e cada vez mais assente em setores de ponta – com o made in China do vestuário, dos brinquedos, da eletrónica de consumo e dos telemóveis a ceder gradualmente o lugar de predominante arrastamento aos painéis solares, às turbinas eólicas, às baterias de lítio e às viaturas elétricas) e o distorcido favorecimento da máquina exportadora no posto de comando. Um modelo que é uma cada vez mais óbvia fonte de conflitos comerciais junto dos grandes concorrentes internacionais, embora registando estes uma diferenciada capacidade de resposta (entre um já visível decoupling nas relações com os EUA, por via do protecionismo aduaneiro de Trump e do gigantesco plano IRA de subvenções à indústria de Biden, e uma persistente dependência europeia, com o défice comercial face à China a quase triplicar na última década e a assim contrariar os insistentes apelos a uma reindustrialização europeia que continua insípida). A economia mundial a mudar a olhos vistos, ou seja, a observância de uma mudança já absolutamente indesmentível e profundamente abaladora (laminadora, escrevem os autores do trabalho) dos alicerces que em tempos pareciam capazes de fazer da nossa Europa uma potencial potência global.


(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)

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