Decorre a esta hora a segunda parte do primeiro dia de debate parlamentar sobre o Programa do Governo de Luís Montenegro. Do que pude ver até agora, há meia-dúzia de apontamentos que já se tornam viáveis: (i) o quadro macroeconómico da AD desapareceu em combate e surge implicitamente substituído pelas margens de manobra herdadas de Medina; (ii) o primeiro-ministro está confiante nos seus dotes retóricos e na força do marketing político que o acompanha e pressiona claramente um Partido Socialista algo atordoado; (iii) Pedro Nuno Santos insiste num discurso que, sendo justo, não tem qualquer possível efeito prático positivo para as suas hostes; (iv) André Ventura prossegue os seus disparos em todos os sentidos e, com a preciosa ajuda de uma comunicação social encantada com o ruído que o seu verbo provoca, não parece ir ser o maior perdedor do braço-de-ferro que está em curso; (v) o tripartidarismo instalou-se e os restantes seis partidos cada vez mais falam para o boneco; (vi) Marcelo está feliz com a situação que se lhe oferece e não prescinde de mostrar a inclinação alaranjada que move o seu desejo de posteridade. No geral, a realidade que aí vem é a da abertura de uma governação de benefícios, reversões e algumas decisões controversas e de um País notoriamente adiado e desligado, tudo no quadro de uma crise política latente que dificilmente não se aprofundará entre as Europeias e a discussão do Orçamento para 2025.
quinta-feira, 11 de abril de 2024
PARA ONDE VAMOS DE ONDE ESTAMOS?
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