
A entrevista é notável ao conseguir a proeza de sugerir simultaneamente uma Merkel que arrisca uma ideia de futuro e uma Merkel que não deixa evidência de qualquer comprometimento efetivo de mudança. Sublinho este aspeto de uma entrevista claramente calculista e calculada: nada de reforço do papel do BCE, nada de “eurobonds”, nada de solidariedade ativa, pouco de FEEF, pouco de fundos estruturais, pouco de crescimento, muito de disciplina, muito de austeridade e contenção reformadora, muito de “chacun pour soi”.
Atentas as declarações, atitudes e ações dos últimos dois anos, entre gaffes e frases infelizes, hesitações e navegações à vista, teimosias e prepotências – e atento, ainda, o exemplo potencialmente prenunciador de Sarkozy –, tendo a acreditar que Merkel mudou de assessoria de imprensa. E nada me leva a alterar a versão, simultaneamente estratégica (para uns) e estreita (para outros), de uma “Europa alemã” (post de 14 de Outubro de 2011)…
O que eu sei enquanto contribuinte é que queria que a Madeira pagasse aquilo que deve ao Continente. E gostaria que uma agência qualquer me dissesse que estava a emprestar a caloteiros para votar num partido que dissesse que não emprestaria dinheiro dos contribuintes aos caloteiros.
ResponderEliminarPor uma razão muito simples: se o nosso dinheiro de contribuintes do continente não fosse para o forrobodó do gungunhana, esse nosso dinheiro dos contribuintes poderia servir para diminuir as desigualdades e não para alimentar obras e festas de uma oligarquia despesista e populista.
E é por essa mesma razão que acho que ele deve pagar-nos tudo o que nos deve.
Se o raciocínio se pode aplicar por analogia à Europa o problema não é meu.