domingo, 22 de janeiro de 2012

“EU FAÇO PARTE”

Foi com prazer e agrado que estive ontem no dia de abertura de “Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura”. Um evento que se apresentou sob o imaginativo mote em título e como tendo a multidisciplinaridade cultural e a regeneração urbana por principais apostas.

Os discursos oficiais, como cada vez mais acontece, cumpriram calendário e, em alguns casos, serviram também para aliviar possíveis más consciências. Cavaco lembrou que a cidade “foi o berço de Portugal” e elogiou-a como “cidade virada para o futuro”, enquanto Durão sublinhou o valor económico da cultura e concluiu que “sem cultura, a Europa não faz qualquer sentido”. Passos, por seu lado, foi mais longe: “a cultura, sejam quais forem as circunstâncias económicas do País, nunca é um bem menor”, “não é por temporariamente serem mais escassos os recursos públicos dedicados a projetos culturais que a cultura é menos valorizada” ou “a cultura está além de todos os orçamentos” foram algumas das suas afirmações mais solenes.

Já o espetáculo que se lhes seguiu, “Os Nossos Afetos” (com conceção do guitarrista vimaranense Manuel d’Oliveira), teve ritmo, dignidade e vários momentos fortes e bem conseguidos. Nesta cerimónia inaugural estreou ainda a jovem e nacionalmente diversa Fundação Orquestra Estúdio e proclamou-se que “fazer pensar é tudo”, que “o que é verdadeiramente tradicional é a invenção do futuro” ou que “a agitação é a única alavanca que pode deslocar esse mundo”.

Depois, foi o “Tempo de Encontros” pelos catalães “La Fura dels Baus” no renovado Largo do Toural e “A Primeira Noite” no Centro Histórico. A organização esteve excelente, o tempo ajudou e a Cidade e a Região aderiram com entusiasmo e em massa. Parabéns, pois, ao Presidente da Câmara Municipal António Magalhães, ao Presidente da Fundação Cidade de Guimarães João Serra e ao seu Diretor Artístico Carlos Martins. Agora, já só falta cumprir o resto do prometido…

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