sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

EMPREENDEDORISMO ESTUDANTIL




Tempo para participar no XISeminário de Ciências Empresariais da Escola Superior de Tecnologia e Gestão deFelgueiras do Instituto Politécnico do Porto, dedicado ao tema “Reconversão do Tecido Empresarial Português e Internacionalização”. O seminário tem a particularidade de ser organizado pelo curso de Ciências Empresariais, neste caso pelos estudantes do 3º ano. Esta é a primeira nota que merece uma referência especial. É salutar assistir e participar numa iniciativa exclusivamente organizada por estudantes (numa grande percentagem trabalhadores-estudantes) de uma Escola Superior profundamente enraizada no tecido regional (local), especialmente com o grau de profissionalismo que pude observar desde a preparação de todo o seminário, escolha de perfis de participantes e controlo de toda a sessão. Numa lógica de formação para as competências, a participação ativa de estudantes neste tipo de iniciativas, assumindo riscos, promovendo o contacto com o tecido institucional e meio empresarial em geral, considero ser uma experiência de empreendedorismo e bem no espírito da matriz original do ensino superior politécnico.
Oportunidade também para rever o Dr. Inácio Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, antigo aluno na FEP e o empresário local Dr. Manuel Ferreira Faria, também antigo colega na FEP.
Mas sobretudo oportunidade para reafirmar alguns argumentos que tenho explorado neste blogue, entre os quais o argumento de que resiliência (particularmente de empresas dos indevidamente caracterizados setores tradicionais) e mudança estrutural são processos a ocorrer em simultâneo na economia portuguesa, fortemente projetados no Norte de Portugal. Para compreender essa simultaneidade e os riscos de que uma austeridade indiscriminada e sem estratégia possa matar precocemente todo este processo, uma mudança de lentes de análise é necessária – a passagem do setor à empresa como unidade de análise. Essa mudança de lentes é decisiva num período de mudança estrutural.
A inspiração pode ser encontrada numa obra que marcou a década de 2000: Suzanne Berger (2006), How We Compete, Harvard University Press:
“Não é a indústria ou o setor que são importantes, mas as capacidades (capabilities) de uma empresa. Por outras palavras, não há indústrias condenadas ao declínio em economias de salários elevados (argumento extensivo a qualquer outra economia, acrescento) embora haja seguramente estratégias em perda e condenadas, entre elas as que constroem um negócio sobre as vantagens do trabalho barato”: p. 255.
Palavras sábias, principalmente porque são baseadas na observação das vantagens competitivas dinâmicas e a longo prazo.

1 comentário:

  1. Obrigada por nos ter deixado ser merecedores deste apontamento no seu blog

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