A nomeação da nova Administração das
Águas de Portugal é controversa e já muito foi escrito sobre o significado
político da mesma. Mais do mesmo e algo a que estamos habituados de outros
governos. Mas o que poucos assinalaram é a particularidade do método de
recrutamento do seu novo Presidente, o ainda Presidente da Câmara Municipal do
Fundão.
Ao que parece terão sido valorizadas as
capacidades do autarca em bater o pé e em entrar em litígio jurídico aberto com
a entidade a que vai presidir, incluindo a recusa em pagar algumas faturas
consideradas indevidas e pelos vistos também colocar em tribunal o próprio
Estado. Com a ajuda do Jornal do Fundão, foi possível obter a informação de que
o litígio em curso envolve o autarca e a empresa que gere o sistema municipal
de abastecimento (Águas do Zêzere e do Côa, Grupo Águas de Portugal) em que a
CM do Fundão está inserida. O litígio respeita a um desacordo respeitante a
valores cobrados e abrange outras Câmaras Municipais. Manuel Frexes foi
administrador não executivo das Águas do Zêzere e do Côa, tendo pedido a
renúncia do cargo por discordar da política tarifária da empresa para com os
Municípios. O pedido de nulidade de constituição do sistema foi rejeitado pelo
Supremo Tribunal Administrativo e estará em curso uma outra ação em sede de
tribunal arbitral. Estará em causa a reavaliação do património entregue pelo
município e as infraestruturas que estiveram na base da integração do município
no sistema.
Podendo haver razões ponderosas a
justificar a acção litigiosa movida contra as Águas de Portugal, que não
domino, o recrutamento é pelo menos sui generis e pode inaugurar um novo
paradigma nessa área. Sejam firmes, contestem e levem a tribunal as empresas
sobre as quais recaem as vossas aspirações de emprego que aumentará a
probabilidade de recrutamento. Mas, atenção, não esqueçam a vossa filiação
partidária.
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