

BH explicou ainda que “um acordo é uma composição de interesses entre três partes” e que “falta aqui algum equilíbrio, porque o que se pede fundamentalmente é que os trabalhadores, através da sua central sindical, abdiquem de regalias que historicamente tinham”. Acrescentando, civicamente sábio: “a paz social não é apenas a paz nas ruas, é também a paz nas consciências”. E concluindo: “com os acordos muito desequilibrados, pode acontecer que ninguém ganhe”.
Na mesma linha, José Pacheco Pereira (JPP) constatou a “vitória do Governo em relação ao sindicalismo moderado, que até agora era representado pela UGT”. Acrescentando, por sua vez: “quando, no nosso tecido empresarial, se valoriza a relação subjetiva entre quem emprega e quem é empregado (...)”, “relação que até agora a lei protegia da subjetividade (…)” e “esse elemento de subjetividade é reforçado”. E ainda: “um conjunto de medidas que vão favorecer o desemprego”, “estamos numa fase em que, quem vai para o desemprego, fica no desemprego”, “estão a menosprezar o efeito social dos números do desemprego” e “essas pessoas vão viver muito mal e esse viver muito mal é, em si próprio, um obstáculo para o progresso do País”.
Dias depois de Álvaro – que “sabia muitíssimo bem do estado muitíssimo grave da economia portuguesa” – ter declarado que “daqui a um/dois meses todas as reformas de que é preciso para este País sair da situação atual estão feitas”, JPP referiu-se também a “esta mania de que se estão a fazer reformas de fundo, criando uma sociedade que é, em grande parte, abstrata”, “à ideia de que, no fim disto, vem algum milagre económico e subitamente o País vai ser mais competitivo” e a que “nada disto pode ser defrontado apenas com a intervenção das teorias macroeconómicas”. Ah, pois é: a mim, também “me irrita que me venham com moralismos”…
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