Um tema que está a apaixonar o debate público em França e que fazia a primeira página do “Le Monde” de ontem. Um tema que teria certamente merecido os melhores encómios do Pedro Arroja daqueles seus mais laicos tempos da “privatização dos rios” ou da defesa de tudo (incluindo a mecânica dos casamentos) ser redutível a uma aplicação pura e dura da lei da oferta e da procura. Seriamente: a ideia de divórcios sem juízes e sujeitos a homologação notarial não será somente um detalhe na deriva desestatizante da vulgata liberalizante das sociedades atuais (a abarrotar de ideólogos de pacotilha, defensores dos contribuintes, críticos das gorduras públicas e cuidadores de si próprios), antes sinaliza sobretudo quanto incontrolável e imbatível é a desmultiplicação de frentes de mudança e evolução que vão desafiando os modos de vida e os costumes estabelecidos – amanhã, nada será como dantes e nada adianta querer obstar a que assim venha a ser...
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