terça-feira, 31 de maio de 2016

SE MOROU, BOLÍVAR JÁ NÃO MORA ALI

(Matthew C. Klein, http://ftalphaville.ft.com)

Matthew C Klein publicou no “FTAlphaville” um gráfico estarrecedor mas completamente esclarecedor: o de uma comparação entre as exportações líquidas da Suíça para a Venezuela e uma medida dessas mesmas exportações líquidas excluindo o comércio de ouro. Explicando que a diferença observável indiciará certamente o esgotamento/liquidação em curso das reservas venezuelanas de ouro, seja por forma a conseguir amortizar dívidas externas contraídas quando o preço do petróleo estava muito alto ou a proteger a riqueza de apparatchiks preocupados com a perspectiva de um iminente colapso do Estado. Salvadoras habilidades de fim de linha!


Entretanto, a situação económica e social interna já atingiu limites impensáveis (parece que o salário médio, a taxas de câmbio de mercado, já é menos de metade do cubano!) e começa a revelar-se descontrolada e desesperada, tanto mais que o regime chavista (embora as loucuras de Maduro até já levem a duvidar dessa filiação – por muito mau que fosse o original, a cópia vem-se mostrando muitíssimo pior, quase absolutamente descaraterizadora) vai perdendo o apoio popular (vejam-se os gráficos acima) que o foi sustentando ao longo de anos. Na semana passada, realizou-se em Lisboa – à margem das reuniões das Comissões Permanentes da Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana – uma conferência (“Falemos da Venezuela”) de que foi dada excelente cobertura pelo jornalista Nuno Escobar de Lima (“Sol” e “i”) – abaixo, dois excertos de uma entrevista que lhe foi concedida por Leopoldo López Gil (pai do líder oposicionista Leopoldo López, detido desde 2014 após condenação a 13 anos de prisão enquanto “culpado” pelas mortes provocadas pela repressão policial de manifestações de que fora convocante) e Mitzy Capriles (mulher de Antonio Ledezma, o autarca de Caracas detido em pleno exercício de funções).


Concluo juntando cinco vinhetas – a senhora da primeira é a primeira dama Cilia Flores, a conhecida Tía Cilia de quem se diz ser o verdadeiro poder por trás do ocupante formal e seu marido – que caricaturam com graça uma situação que dela por demais carece.

(Jorge Restrepo, http://elpais.com)

(Jeremy Banks, “Banx”, http://www.ft.com)

(Robert Weil, http://www.larazon.net)

(José Manuel Puebla – “Tú cara me suena, Nerón”, http://www.abc.es)

(Nicolas Vadot, http://www.levif.be)

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