quinta-feira, 12 de maio de 2016

O CRESCIMENTO EUROPEU




Houve para aí muito boa gente a embandeirar em arco com as previsões de Primavera da Comissão Europeia. Os principais motivos para tal terão sido dois: por um lado, porque a taxa de crescimento da economia da Zona Euro foi em 2015 a maior desde 2010, 1,7%; por outro lado, porque se assistiu finalmente a que o PIB da Zona Euro ultrapassasse o seu nível anterior à crise de 2007/08 (gráficos acima).

Mas bem mais curioso e revelador é o facto para que Martin Sandbu, na sua rubrica habitual no “Financial Times”, chamava ontem a nossa atenção com o auxílio do gráfico abaixo: a economia da Zona Euro não logrou em 2015 qualquer benefício para o crescimento em resultado da sua abertura externa e correspondentes relações comerciais – pelo contrário, o contributo das exportações líquidas para o crescimento europeu foi até ligeiramente negativo. O relatório oficial, confirmando naturalmente a evidência, procura explicá-la através dos “ventos contrários” associados à deterioração do ambiente externo, e particularmente nos chamados mercados emergentes, e explicita-a assim: “O principal driver do crescimento do PIB em 2015 foi a procura interna, a qual cresceu à custa de um consumo privado em alta”. Há realmente coisas do Diabo!

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