(Finalmente foi
publicada a última obra de Branko Milanovic, Global Inequality – a new approach for the
age of globalization, e a leitura está a ser estimulante)
Branko Milanovic foi desde sempre o economista pioneiro na medida e na análise
da desigualdade a nível mundial, ou seja o estudo da desigualdade entre os
indivíduos independentemente do país a que pertencem, mas apenas ordenados pelo
rendimento que auferem, devidamente trabalhado para permitir comparações
internacionais. Ainda no Banco Mundial, MIlanovic foi traçando paulatinamente
as bases quantitativas para a sua investigação e agora, no Luxemburg Income Study Centre, tem aprofundado o seu trabalho
pioneiro.
O estudo da desigualdade a nível mundial é crucial para assegurar uma visão
dos ganhadores e perdedores da globalização, assumindo por isso nos tempos que correm
uma importância redobrada.
Por hoje, fica uma extensa citação do primeiro capítulo da obra, muito dirigido
ao comportamento evolutivo dos chamados híper-ricos, definidos por Milanovic
como os indivíduos que a preços em dólares de 1987 tinham ativos líquidos
superiores a mil milhão de dólares, equivalente a dois mil milhões a preços em
dólares de 2013.
Citando:
“Entre 1987 e
2013, o PIB mundial em termos reais cresceu cerca de 2,25 vezes, o que é significativamente
mais baixo do que o crescimento da riqueza real dos híper-ricos. Em consequência,
a quota destes últimos em termos de PIB mundial mais do que duplicou, de cerca
de 3% para 6%. Estes dados fornecem uma firme imagem do crescimento da plutocracia
global: os seus níveis hierárquicos embora minúsculos cresceram cerca de 5 vezes
e a sua riqueza total, medida em termos do PIB global, mais do que duplicou. Este
crescimento, juntamente com a expansão da emergente classe média global, constitui
o desenvolvimento mais significativo da era da globalização nos tardios anos 80
“.
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