sexta-feira, 13 de maio de 2016

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(É verdade que dois trimestres, um deles incompleto, é pouco para avaliar o impacto de uma governação, mas os dados que decorrem da conjuntura macroeconómica do 1º trimestre não são bom augúrio, tanto mais quanto se aprofunda as razões para tão diminuto crescimento em cadeia)

Estava escrito nos astros. Com um mercado refúgio das exportações portuguesas (Angola) com dificuldades de importação, com a estagnação secular a pairar sobre algumas economias avançadas, com ausência de um discurso claro e coerente para o horizonte do investimento empresarial privado e com o investimento público limitado por razões conhecidas outra coisa não seria de esperar. Imaginar que o choque (limitado) de consumo privado poderia compensar tantas contrariedades, e tendo em conta que parte desse choque só a partir do 2º trimestre poderá gerar efeitos que se vejam, é puro wishful thinking.

A informação rápida do INE é esclarecedora. Recuo do papel das exportações (contributo negativo da exportação líquida para o crescimento) e redução acentuada da formação bruta de capital fixo são informações perfeitamente coerentes com a antevisão dos efeitos das contrariedades atrás enunciadas.


Um crescimento de 0,8% em termos homólogos face a 2015 e de 0,1 % em cadeia face ao último trimestre de 2015 arrefece os ânimos e vem ao encontro de reflexões antecipadas neste blogue. O contexto internacional é bastante adverso apesar do preço do petróleo e o choque de consumo só como estratégia de transição entre dois modelos pode ser peça central.

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