(É verdade que
dois trimestres, um deles incompleto, é pouco para avaliar o impacto de uma
governação, mas os dados que decorrem da conjuntura macroeconómica do 1º
trimestre não são bom augúrio, tanto mais quanto se aprofunda as razões para tão
diminuto crescimento em cadeia)
Estava escrito nos astros.
Com um mercado refúgio das exportações portuguesas (Angola) com dificuldades de
importação, com a estagnação secular a pairar sobre algumas economias
avançadas, com ausência de um discurso claro e coerente para o horizonte do
investimento empresarial privado e com o investimento público limitado por razões
conhecidas outra coisa não seria de esperar. Imaginar que o choque (limitado)
de consumo privado poderia compensar tantas contrariedades, e tendo em conta
que parte desse choque só a partir do 2º trimestre poderá gerar efeitos que se
vejam, é puro wishful thinking.
A informação rápida do INE é
esclarecedora. Recuo do papel das exportações (contributo negativo da exportação
líquida para o crescimento) e redução acentuada da formação bruta de capital
fixo são informações perfeitamente coerentes com a antevisão dos efeitos das
contrariedades atrás enunciadas.
Um crescimento de 0,8% em
termos homólogos face a 2015 e de 0,1 % em cadeia face ao último trimestre de
2015 arrefece os ânimos e vem ao encontro de reflexões antecipadas neste
blogue. O contexto internacional é bastante adverso apesar do preço do petróleo
e o choque de consumo só como estratégia de transição entre dois modelos pode
ser peça central.
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