sábado, 21 de maio de 2016

MAS QUE PÂNTANO!




(As mais do que enigmáticas e nunca esclarecidas palavras de António Guterres continuam a ecoar nos nossos ouvidos agora transpostas para os lios do sistema financeiro)

O cada vez mais lúcido e incisivo Pedro Santos Guerreiro abre a sua crónica no Expresso de hoje com aquela terrível constatação (a que os Portugueses mais atentos e interessados em construir o seu futuro darão máxima atenção) de que, num simples espaço de um ano, as necessidades de capitalização da Caixa Geral de Depósitos terão passado de 400 milhões para 4.000 milhões de euros. E damos connosco a pensar que raio de especial terá ocorrido num ano para a massa de imparidades aumentar numa vertigem destas? Claro que substancialmente nada de determinante ocorreu entre as referidas avaliações de necessidades de capitalização. O que nos conduz imediatamente aos responsáveis por avaliação tão deficiente. Não passa pela cabeça de ninguém que o problema esteja numa eventual sobreavaliação da limpeza que hoje é reconhecida como necessária. Parece haver unanimidade acerca da competência de quem está indicado para assumir a Presidência da Caixa, António Domingues. Assim sendo, a marosca estará nas direções anteriores e vá lá saber-se onde parar nessa indagação. Ora, não estamos a falar de gente mal paga, antes pelo contrário. Parece assim não haver dúvida de que regulação e direções da CGD olharam a situação com lentes algo desfocadas, colorando uma situação de tons leves e esperançosos, quando a cor era outra. E ninguém pede responsabilidades a quem usou tais lentes? E, já agora, conviria perceber se tal alindamento da situação global de imparidades teve também alguma coisa que ver com a questão da saída limpa do processo de ajustamento. Pela sujidade que tem vindo ao de cima, de limpa teve essa saída muito pouco.

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