(As mais do que
enigmáticas e nunca esclarecidas palavras de António Guterres continuam a ecoar
nos nossos ouvidos agora
transpostas para os lios do sistema financeiro)
O cada vez mais lúcido e incisivo Pedro Santos
Guerreiro abre a sua crónica no Expresso de hoje com aquela terrível
constatação (a que os Portugueses mais atentos e interessados em construir o
seu futuro darão máxima atenção) de que, num simples espaço de um ano, as
necessidades de capitalização da Caixa Geral de Depósitos terão passado de 400
milhões para 4.000 milhões de euros. E damos connosco a pensar que raio de especial
terá ocorrido num ano para a massa de imparidades aumentar numa vertigem destas?
Claro que substancialmente nada de determinante ocorreu entre as referidas
avaliações de necessidades de capitalização. O que nos conduz imediatamente aos
responsáveis por avaliação tão deficiente. Não passa pela cabeça de ninguém que
o problema esteja numa eventual sobreavaliação da limpeza que hoje é
reconhecida como necessária. Parece haver unanimidade acerca da competência de
quem está indicado para assumir a Presidência da Caixa, António Domingues. Assim
sendo, a marosca estará nas direções anteriores e vá lá saber-se onde parar nessa
indagação. Ora, não estamos a falar de gente mal paga, antes pelo contrário. Parece
assim não haver dúvida de que regulação e direções da CGD olharam a situação
com lentes algo desfocadas, colorando uma situação de tons leves e esperançosos,
quando a cor era outra. E ninguém pede responsabilidades a quem usou tais lentes?
E, já agora, conviria perceber se tal alindamento da situação global de
imparidades teve também alguma coisa que ver com a questão da saída limpa do processo
de ajustamento. Pela sujidade que tem vindo ao de cima, de limpa teve essa saída
muito pouco.
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