segunda-feira, 23 de maio de 2016

I3S




(Haverá melhor forma de comemorar três carreiras ímpares na ciência portuguesa e nortenha, Alexandre Quintanilha, Manuel Sobrinho Simões e Mário Barbosa, do que o desafio de uma instituição com a massa crítica do I3S?)

As ciências da vida, localizadas a norte, tendo por origem a Universidade do Porto e as instituições de origem do IPATIMUP (Manuel Sobrinho Simões), Instituto de Biologia e Medicina Molecular (Alexandre Quintanilha) e Instituto de Engenharia Biomédica (Mário Barbosa), tiveram a consolidação de escala que mereciam com a sua agregação na nova casa do I3S. É bom que se recorde que só por simplificação associamos as três instituições de origem às três personalidades. Hoje, Sobrinho Simões, Quintanilha e Barbosa agregam um conjunto vastíssimo de cientistas e investigadores que transformam o I3S numa das mais relevantes massas críticas de recursos humanos avançados nas ciências da saúde ou da vida como pretenderem. Mas desligar o projeto do I3S da clarividência e simplicidade das três personalidades, do seu poder agregador e da sua perceção de que era altura de convergência de esforços para tirar partido do esforço enorme que os Fundos Estruturais vieram permitir em termos de apoio à investigação e desenvolvimento tecnológico seria uma profunda injustiça.

O I3S, conjuntamente com outras massas críticas de recursos que a Universidade do Minho também concentra, projeta o Norte nas ciências da vida e constitui um enorme potencial para a geração de valor em torno das ciências da saúde. Não importa que essa geração de valor seja concretizada com start-up’s nacionais (seria bom que assim fosse) ou que resulte da atração de investimento estrangeiro. Mas coloca-nos irreversivelmente na cena europeia com uma notoriedade que retribui o esforço e a perseverança dos pais da ideia. Por isso, mais do que a infraestrutura, excelente diga-se, o que conta é o pensamento que por ali circula.

Estou também feliz pelo facto da direção do I3S caber ao Professor Mário Barbosa. É a mais justa retribuição que a ciência pode realizar a um homem de trajeto exemplar, que nunca se promoveu, antes se afirmou naturalmente com a sua inteligência e visão de futuro.

Bravo Mário.

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