(Haverá melhor
forma de comemorar três carreiras ímpares na ciência portuguesa e nortenha, Alexandre
Quintanilha, Manuel Sobrinho Simões e Mário Barbosa, do que o desafio de uma instituição com a
massa crítica do I3S?)
As ciências da vida, localizadas a norte, tendo por origem a Universidade
do Porto e as instituições de origem do IPATIMUP (Manuel Sobrinho Simões),
Instituto de Biologia e Medicina Molecular (Alexandre Quintanilha) e Instituto
de Engenharia Biomédica (Mário Barbosa), tiveram a consolidação de escala que mereciam
com a sua agregação na nova casa do I3S. É bom que se recorde que só por simplificação
associamos as três instituições de origem às três personalidades. Hoje, Sobrinho
Simões, Quintanilha e Barbosa agregam um conjunto vastíssimo de cientistas e
investigadores que transformam o I3S numa das mais relevantes massas críticas
de recursos humanos avançados nas ciências da saúde ou da vida como pretenderem.
Mas desligar o projeto do I3S da clarividência e simplicidade das três
personalidades, do seu poder agregador e da sua perceção de que era altura de
convergência de esforços para tirar partido do esforço enorme que os Fundos
Estruturais vieram permitir em termos de apoio à investigação e desenvolvimento
tecnológico seria uma profunda injustiça.
O I3S, conjuntamente com outras massas críticas de recursos que a Universidade
do Minho também concentra, projeta o Norte nas ciências da vida e constitui um
enorme potencial para a geração de valor em torno das ciências da saúde. Não
importa que essa geração de valor seja concretizada com start-up’s nacionais (seria bom que assim fosse) ou que resulte da
atração de investimento estrangeiro. Mas coloca-nos irreversivelmente na cena
europeia com uma notoriedade que retribui o esforço e a perseverança dos pais
da ideia. Por isso, mais do que a infraestrutura, excelente diga-se, o que conta é o pensamento que por ali circula.
Estou também feliz pelo facto da direção do I3S caber ao Professor Mário Barbosa.
É a mais justa retribuição que a ciência pode realizar a um homem de trajeto exemplar,
que nunca se promoveu, antes se afirmou naturalmente com a sua inteligência e visão
de futuro.
Bravo Mário.
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