segunda-feira, 29 de julho de 2019

AQUI MANDO EU!


(cartoons de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Vista daqui de tão longe, não foi bonita nem de todo aceitável a cena ocorrida entre o treinador Sérgio Conceição e o capitão Danilo, sobretudo no tocante às reações extemporâneas e indevidas alegadamente protagonizadas pelo primeiro. Como não foi admissível, pesem embora todos os posteriores desmentidos, que Fábio Coentrão tivesse sido hipótese para integrar o plantel do FC Porto. Como não é razoável que a questão do guarda-redes continue por resolver, qualquer que seja a solução que vier a ser encontrada para a mesma (Diogo Costa devia ter sido objeto de confiança desde o primeiro minuto, mas diz-se que foi Sérgio que não quis que assim fosse). Como não é imaginável, entre outros aspetos, que o clube faça contratações de jogadores em fim de carreira ou de categoria mediana para mera segurança imediata de um responsável que não arrisca apostar de modo estável na juventude que vai tendo à disposição (foi também assim que se perdeu dinheiro com o Óliver Torres).

Ou seja: Sérgio Conceição é um treinador com qualidades e que deu ao clube o título que evitou o “penta” do Benfica, mas também um profissional com defeitos visíveis – ele que entregou aos “lampiões” numa bandeja a liga do ano transato e que perdeu duas taças contra o Sporting –, sendo ainda que os menores destes não serão certamente a sua ridícula irascibilidade, a sua patente má-criação, a sua incoerência declarativa e o seu limitado desportivismo (recordem-se as cenas que protagonizou nas referidas finais, entre outras de acentuado mau gosto) – por estas e por outras, começo a ser dos que pensam que ele não pode ser deixado integralmente à solta e com todo o poder à sua disposição, como parece estar a acontecer em crescendo por aquelas bandas. O raciocínio (?) de curto prazo que leva a que considerem que o homem não pode ser beliscado porque se chateia e vai embora é demasiado pobre – para não dizer pungente numa equipa dirigente e de gestão –, pondo em evidência quanto a chantagem nunca foi boa conselheira (até porque a pergunta que vai vindo ao de cima é a de saber se ele terá a capacidade pessoal, psíquica e emocional bastante para levar esta época até ao fim) e quanta mudança séria é por ali precisa com a maior das urgências; o que não se antevê fácil, para não dizer mesmo possível...

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