Debateu-se há dias no Parlamento o último “Estado da Nação” da legislatura, o que constituiu também a oportunidade para uma espécie de balanço da legislatura. E, como ontem se ouviu na “Circulatura do Quadrado” (onde António Costa foi convidado), uns tendem a achar que aquelas quatro horas foram patéticas e outros que as mesmas foram tão razoáveis quanto tinham de ser.
Mas, e o que é mais importante, talvez que a essência do debate tenha passado ao lado do essencial, a saber, daquela velha questão assim sintetizável: onde estamos e para onde queremos e podemos ir? Porque, e enquanto a oposição se atira ao depauperado estado dos serviços públicos, o PS atira-lhe com as suas contas certas – e daqui pouco se sai que não seja para lateralmente se ir ouvindo a oposição a prometer baixas de impostos com o governo a proclamá-las em curso ou se ir vendo o PS a piscar um olho à sua esquerda com o outro a mirar a maioria absoluta.
Não sei se é bem de uma escassez de ambição que se trata, como afirmava ontem o António Lobo Xavier, ou se é mais de uma financeirização que se apoderou das rédeas do mais alto comando estratégico para, em nome de bons e necessários princípios, lhe acabar por cercear os horizontes...
(Nuno Sampaio, https://inimigo.publico.pt; António Jorge Gonçalves, https://inimigo.publico.pt; Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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