domingo, 14 de julho de 2019

O EMBAIXADOR PERFEITO



Há muito que a máscara se tornara indisfarçável, era-o mesmo, a bem dizer, desde o início da malfadada candidatura do “capitão” à presidência brasileira. Mas a desgovernação destes meses e o despudor no exercício do poder baixaram a patamares que eram, ainda assim, imprevisíveis. O caso de Sérgio Moro foi, pelo seu simbolismo, a prova definitiva do verdadeiro alcance associado ao mando desta gente. Mas o recente episódio em torno de uma eventual vontade de nomeação para embaixador nos Estados Unidos do filho caçula do seu primeiro casamento, Eduardo (35 anos), constitui um tal abuso de pensamento que é difícil aceitar que possa sequer ter sido equacionável por parte um legítimo chefe de Estado de um país de sustentada tradição democrática – um abuso que se torna superlativo quando confrontado com os argumentos favoráveis à dita escolha: o rapaz é amigo dos filhos de Trump, fala inglês e espanhol e tem uma vivência de espetro mundial, então não está mesmo a ver-se que ele é o perfil ideal? E, afinal, o que tem ele de menos que a filha ou o genro do presidente que o acolherá em Washington?

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