terça-feira, 16 de julho de 2019

O NASCIMENTO DE URSULA

(Rainer Hachfeld, http://www.cartoonmovement.com)

Aconteceu há momentos a finalização da contagem dos votos do plenário do Parlamento Europeu que deram a Ursula von der Leyen a confirmação para que venha a ocupar o posto de presidente da Comissão Europeia nos próximos cinco anos.

O resultado exato traduziu-se em 383 votos favoráveis (provenientes do seu grupo político e de uma larga maioria dos grupos socialista e liberal) de um total de 747, i.e., apenas 9 mais do que o mínimo necessário (sendo 327 os votos contra expressos, a que se juntaram 22 abstenções).

Muitas contas e detalhes potencialmente picantes ainda estarão por apurar e revelar (p.e., os italianos do “Cinco Estrelas” e os ultraconservadores polacos do PiS terão votado sim, levando a admitir que se tenham registado deserções de alguma expressão nos grandes grupos políticos), mas o que verdadeiramente conta doravante é que a senhora se instalará, tendo-o logrado à custa de um discurso de sinceridade duvidosa em matérias sociais e ecológicas que não nas económicas em sentido geral (o problema do euro é outra coisa para os alemães) e europeístas.

E é assim que, inspirado em Botticelli, o cartunista celebra o nascimento de uma nova era, seguramente de feições tão imprecisas quanto aquelas a que os sinuosos caminhos do projeto europeu nos foram habituando.

(Nicolas Vadot, http://www.levif.be)


(Agustin Sciammarella, http://elpais.com)

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