Faz já algum tempo que aqui não abordamos o tema da guerra em qualquer das suas múltiplas e lamentáveis peripécias ou dimensões estratégicas (visto que quanto aos números, como ilustram os acima genericamente reproduzidos, se dispensam mais comentários entre o que se sabe, o que se estima saber e o que se adivinha). Não será certamente, pelo menos no nosso caso, uma questão de “fadiga” do tipo daquela que observadores e analistas vêm detetando (vejam-se os gráficos acima) e vaticinam crescente na maioria dos países europeus (e não só) ― o Inverno, que não tardará, vai trazer seguramente evoluções altamente desinteressantes neste domínio, designadamente por estarmos perante populações entretanto tornadas desabituadas de hierarquizarem prioridades, tendendo a valorizar primeiro o que lhes é proximamente essencial e só depois o que possam entender como urgente no contexto. Mas a oportunidade que aqui me fez regressar ao assunto, para além da fadiga que sinto perante as coberturas noticiosas nacionais do fenómeno (entre reportagens pontuais e desligadas e apreciações provenientes de alegados especialistas de alta patente militar), foi a que resulta da infografia mais abaixo, na qual se apresentam os custos calculados de uma reconstrução pós-bélica da Ucrânia (nada menos do que 750 mil milhões de euros) em comparação com os valores equivalentes, ajustados pela inflação e gigantescamente menores, no tocante ao Iraque, ao Afeganistão e ao Plano Marshall (156 mil milhões a preços de hoje) ― desconheço os pressupostos destes cálculos, do mesmo modo que não desconheço o custo maior das destruições de guerra em enquadramentos mais “exigentes” (leia-se marcados por dimensões mais dominantemente ocidentalizadas e/ou de tempos de diferente apelo modernizador), mas aí fica para devida consciencialização e ponderação.
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